quinta-feira, 10 de junho de 2010

Conclusão

O estudo do bioma, preservação, e um pequeno resumo da história dos Pampas gaúchos que foram abordados neste trabalho acadêmico, tem como objetivo informar e atentar sobre as espécies que estão ameaçadas de extinção e que ainda há tempo de se fazer algo em favor dessa grande biodiversidade que está sendo gradativamente destruída por quase trezentos anos.
Os dados obtidos através deste estudo foram cuidadosamente analisados, e muitas informações preciosas foram, agora, levadas ao conhecimento de colegas e professores desta instituição, que por diversos motivos, menos por desinteresse, não se atentavam para o que está ocorrendo neste pedaço do nosso paraíso.
O presente estudo, como todos os trabalhos acadêmicos, teve como principal objetivo a didática, porém despertou-nos de um estado de letargia e nos trouxe uma preocupação latente: Se nós futuros turismólogos não fizermos nada para ajudar na preservação, quem fará?
O fato é que imensas áreas e milhares de espécies estão desaparecendo graças à ação desenfreada do homem, que há quase três séculos vêm destruindo algo que será impossível de se recuperar, uma vez extinta essas espécies. Vamos nos atentar aos fatos para não termos tanto que nos arrepender depois.

Turismo no pampa



O pampa é onde se desenvolveu o típico gaúcho, de pilcha e faca na bota, montado em um cavalo. O território dos tropeiros é até hoje identificado com seus primeiros habitantes, e quem visita espera encontrar nada menos que rodas de chimarrão, churrasco em fogo de chão, açudes, cavalos e pecuária, tradições presentes nas cidades pampeiras.
Quem tiver interesse em comer as melhores carnes do mundo, conhecer a Casa de Cultura Pedro Wayne e o Palacete Pedrinho Osório que são retratos da arquitetura do início do século XX, estilo neoclássico ou fazer uma boa prática do turismo rural é só ir até a cidade de Bagé.
Já na região de Palmas, a 60 quilômetros do centro de Bagé, encontramos vegetação nativa, locais para escalada e montanhismo. Também Caçapava do Sul mistura atrativos históricos e naturais. O Forte Dom Pedro II, de 1848, construído com pedras e alvenaria, tornou-se símbolo da idade. Os aventureiros podem se divertir na Cascata do Salso, de 20 metros de altura.
É no pampa que se encontra uma das maiores produtoras de artesanato em lã crua, manufaturando ponchos, mantas, roupas e cobertores. São Gabriel possui um grande patrimônio arquitetônico bem preservado, pois foi um dos territórios disputado em lutas e onde morreu o guerreiro guarani Sepé Tiraju e também é sede do Museu João Pedro Nunes, que conta as histórias gaúcha, sacra, escravista e indígena, que se misturaram ao longo do tempo para criar a cultura do pampa.
Às margens do Rio Uruguai, algumas praias fluviais são destinos interessantes. Em Rosário do Sul, a Praia das Areias Brancas é considerada uma das mais bonitas do Estado, e possui camping, restaurantes, bares e danceterias.
Os hotéis-fazenda também atraem muitos turistas que desejam conhecer a vida no campo e a culinária típica gaúcha. O pólo histórico do Estado é Alegrete, terra onde nasceu o poeta Mario Quintana e inspiração do Canto Alegretense, tradicional música gauchesca. O principal ponto turístico da cidade é a ponte de pedra, uma formação rochosa que naturalmente tomou a forma de ponte.
Sem precisar sair do país, é possível, a partir de Santana do Livramento, fazer compras nos free-shops de Rivera. A cidade brasileira e a uruguaia são separadas apenas por uma linha imaginária, que ficou conhecida como Fronteira da Paz.

Fatos e curiosidades

Graças à prática da pecuária típica da região, cerca de 50% da cobertura original de campos ainda apresentam características naturais ou semi-naturais (com uso para a pecuária), porém as áreas sem uso antrópico representam apenas de 4% a 12% desta fração.

O pampa gaúcho, que corresponde a 63% do território do Rio Grande do Sul, é um dos maiores centros de biodiversidade campestre do mundo, os 41% de vegetação nativa restantes abrigam cerca de 3 mil espécies de plantas e estima-se algo em torno de uma centena de mamíferos terrestres.

Das 2,5 mil espécies da flora, 10% estão em situação de ameaça.

Existem 400 aves ameaçadas de extinção.

Um dos animais mais ameaçados de extinção é o Gato dos Pampas (Felis Colocolo), que mede 85 cm, sendo 25 cm de calda.

A Lagoa dos Patos é a maior laguna do Brasil e a segunda maior da América Latina, com 265 km de comprimento.

É o bioma que tem menor representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com apenas 0,36% de seu território transformado em área de conservação.

O estado gaúcho está entre as nove regiões do mundo que ainda possuem áreas de vegetação tipicamente campestre.

Uma nova espécie de sapo endêmica do Pampa do Rio Grande do Sul e Uruguai foi descrita apenas no ano de 2004. Já foram encontrados outras espécies de sapos, serpentes e lagartos desconhecidos da ciência ou que não possuíam registro científico para o Brasil. E em 2007 de uma nova espécie de coral-verdadeira (Micrurus silviae) endêmica das áreas de campos do oeste do Rio Grande do Sul. O encontro de uma espécie de interesse médico e de grande porte, que atinge até 1,5m de comprimento.

O campo sulino possui muitas denominações, entre zona das coxilhas, campanha gaúcha, região das campinas meridional, região dos pampas e pradarias. Os rios são perenes, mas com curvas sucessivas em seus cursos.
Nos vales fluviais era comum o aparecimento de matas-galerias. Todavia, cerca de 90% delas já foram derrubadas para ceder lugar à agricultura, devido à maior fertilidade natural dos solos de várzea.
A ocupação econômica nesse domínio natural tem-se efetuado pela pecuária e pela rizicultura (cultivo de arroz) nos vales fluviais.

Economia do Pampa

Suas terras, de boa qualidade e com grande abundância de água, são amplamente utilizadas para o cultivo de arroz, milho, trigo e soja, às vezes em associação com a criação de gado. São áreas de agricultura mecanizada e moderna.
A economia da porção meridional, localizada na metade Sul, menos industrializada é baseada em atividades rurais, como a pecuária de corte. E apesar de abranger metade do território, a região concentra um quarto da população, sendo responsável por apenas 21% do PIB do Estado. É nesse contexto que se insere boa parte da extensão do Bioma Campos Sulinos, ou seja, grande parte de sua extensão, hoje, está ocupada por propriedades que lidam com o gado.
A agricultura também existe na região. O plantio de arroz, soja e eucalipto é responsável por grande parte de desmatamento e erosão do solo nos pampas. Porém, nenhum das ameaças que circundam este bioma, nos dias atuais, é tão preocupante como a expansão das plantações de árvores exóticas (eucalipto, pinus e acácia-negra) que vem ocorrendo na região.
Certamente, o desenvolvimento contínuo no conhecimento sobre os diferentes componentes da biodiversidade em associação com o uso sustentável dos recursos naturais será o caminho para a conservação do Pampa. A valorização da pecuária extensiva bem manejada parece fornecer um cenário promissor, tanto para a preservação da biodiversidade quanto da cultura gaúcha. Mas, para isso, o avanço do conhecimento científico neste quesito é fundamental.

Estação Ecológica do Taim (ESEC TAIM)


Estação Ecológica do Taim foi criada em 1978, é administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Possui uma área de 33.815 hectares, situando-se na estreita faixa de terra entre o Ocean Atlântico e a Lagoa Mirim. Compreende partes dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul.

Apa do Ibirapuitã



A APA do Ibirapuitã está localizada na região sudoeste do Rio Grande do Sul, nos municípios de Alegrete (15,22%), Quaraí (12,22%), Santana do Livramento (56,81%) e Rosário do Sul (15,22%) num perímetro de 260 km, fazendo divisão com o Uruguai.
A APA do Ibirapuitã foi criada em 20 de maio de 1992 pelo Decreto Federal nº529. Possui uma extensão territorial de 318.757,99 hectares.

Unidades de Conservação

Há várias unidades de conservação nos Pampas Gaúchos, são elas: Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã; Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande; Parque Estadual do Espinilho; Parque do Podocarpus; Parque Estadual de Itapuã; Estação Ecológica do Taim, Parque Estadual do Delta do Jacuí; Parque Estadual do Camaquã; Parque Nacional da Lagoa do Peixe; Reserva Biológica do Ibirapuitã; Reserva Biológica de São Donato, entre outras.
Dentre as unidades de conservação existentes no Rio Grande do Sul das que abrangem o Bioma Campos Sulinos citamos duas importantes:
 Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã;
 Estação Ecológica do Taim.

Espécies Ameaçadas de Extinção

As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá, lobo-guará e gato-do-pampa.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, curruíra, saíras e gaturamos.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevive mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.


Um dos animais mais ameaçados de extinção é o Gato dos Pampas (Felis Colocolo), que mede 85 cm, sendo 25 cm de calda. O habitat dele se estende desde o Sul da Patagônia, por quase toda a Argentina, Chile, Peru e Equador. É de hábito noturno, como a maioria dos felinos. No Brasil atinge o Estado do Mato Grosso do Sul, onde é encontrado em todo "chapadão”
Outro animal ameaçado de extinção é o lobo-guará, guará ou lobo vermelho (Chrysocyon brachyurus) é o maior mamífero canídeo nativo da América do Sul. A sua distribuição geográfica estende-se pelo sul do Brasil, Paraguai, Peru e Bolívia a leste dos Andes, estando extinto no Uruguai e talvez na Argentina, e é considerado como uma espécie ameaçada. Os biomas de ocorrência no Brasil são: Cerrado, Pantanal, Campos do Sul, parte da Caatinga e Mata Atlântica.
O lobo-guará mede até cerca de 1 metro no ombro e pesa entre 20 e 25 kg. A sua pelagem característica é avermelhada por todo o corpo, exceto no pescoço, patas e ponta da cauda que são de cor preta. Ao contrário dos lobos, esta espécie não forma alcatéias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução. A gestação dura em média 67 dias e resulta em ninhadas de até seis crias.
O lobo-guará caça preferencialmente de noite e ataca pequenos mamíferos roedores e aves, mas a sua dieta tem uma forte componente omnívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem com esta planta uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira o lobo guará morre de complicações renais causadas por nematódeos, e em contrapartida tem um papel fundamental na dispersão das sementes desta planta.
A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna plistocénica da América do Sul, que desapareceu na maioria após a formação do Istmo do Panamá.
Embora não se enquadre na categoria crítica da IUCN, corre alto risco de extinção na natureza a médio prazo, em função do declínio populacional e da extrema fragmentação da área de ocupação.
O tamanho populacional está se reduzindo, com probabilidade de extinção na natureza em 100 anos.
As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser suscetível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes como atropelamentos em estradas.
A descrição e estudo dessa diversidade são certamente mais lentos e difíceis para que a opinião pública em geral possa supor. Também estão muito aquém da finalização. Registrar a composição biológica e os padrões de distribuição de qualquer grupo de organismos é uma das atividades básicas, porém essenciais, no estudo da biodiversidade de uma determinada região. Contudo esses estudos requerem grande investimento de tempo e dinheiro. Um fator agravante nesse processo é a severa alteração observada em nossos ecossistemas, o que dificulta a documentação da fauna, ao mesmo tempo em que tem levado várias espécies ao status de ameaçadas de extinção.
Buscando sanar parte destas lacunas de conhecimento, um grupo de pesquisa formado por pesquisadores e estudantes do Brasil e Uruguai, têm direcionado esforços no sentido de catalogar a ocorrência dos anfíbios e répteis do Pampa. Devido a uma série de características em sua biologia e distribuição geográfica, seu estudo pode fornecer importantes subsídios para a preservação do Pampa como um todo, especialmente no que se refere aos efeitos potenciais das mudanças climáticas previstas para as próximas décadas. Atualmente, com patrocínio da Fundação O Boticário de Proteção À Natureza, a equipe vem descrevendo os padrões de ocorrência e distribuição dos anfíbios e répteis e usando algumas ferramentas computacionais de Modelagem de Nicho Ecológico, que permitem projetar modelos da distribuição potencial, atual e futura, em diferentes cenários climáticos. Os modelos de distribuição mostraram-se uma ferramenta eficaz, com ampla utilização em pesquisas ecológicas, de evolução e conservação.

Fauna

É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.
Dos organismos consumidores existentes nos Campos Sulinos podemos citar algumas espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e insetos.
Nos campos sulinos já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e 50 de peixes.
No grupo dos mamíferos, podemos citar o tatu, o guaxinim, o zorrilho, o cachorro-do-mato.
Entre as aves mais comuns estão o cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, o quero-quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira, que ganhou este nome por fazer seus ninhos em buracos cavados no solo. Entre os insetos, podemos destacar a vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, também chamado traça-das-frutas.
Fazem parte das 50 espécies de peixes catalogadas o lambari-listrado, o lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-anjo.
E nos répteis está a tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o cágado-de-barbicha.



Vegetação

No pampa existe uma vegetação campestre, que parece um imenso tapete verde.
A vegetação é predominante herbácea, com altura que variam de 10 a 50 cm, dentre elas gramíneas, representadas pelos gêneros Andropogon, Aristida, Paspalum, Panicum e Eragrotis, leguminosas e compostas, compondo uma paisagem homogênea.
Sendo que só gramíneas são mais de 800 espécies, mais 200 de leguminosas, 70 tipos de cactos, conforme levantamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Também é no Pampa que fica a maior parte do aqüífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce subterrânea do mundo, dividida entre o Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.
É mais diversificada nas proximidades de área mais altas, caracterizada por ser mais densa-arbustiva e arbórea nas encostas de planaltos, onde existem matas com grandes pinheiros, e ao longo dos cursos de água, além de haver a ocorrência de banhados. Nestas regiões mais altas, chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie vegetal predominante é o pinheiro-do-Paraná.
As árvores de maior porte são fornecedoras de madeira, tais como o louro-pardo, o cedro, a cabreúva, a grápia, a guajuvira, a caroba, a canafístula, a bracatinga, a unha-de-gato, o pau-de-leite, a canjerana, o guatambu, a timbaúva, o angico-vermelho, entre outras espécies características como, a palmeira-anã (Diplothemium campestre). Os campos sulinos possuem uma diversidade de mais de 515 espécies. Já os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizadas por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação do tipo "savana aberta".
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para preservação de tão importante ecossistema.
Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) se deu conta da sua importância. Com base no Mapeamento da Vegetação Nativa do Bioma Pampa, a equipe de Marina Silva definiu que existem 105 áreas importantes para conservação dos Pampas. A pesquisa verificou remanescentes de 23,03% de campos, 5,38% de florestas e 12,91% de áreas de transição, num total de 73.649,746 quilômetros quadrados – o equivalente a 41,32% do seu território. Quase metade do bioma hoje foi transformado em áreas rurais antrópicas, como plantações e construções. Menos de 1% é ocupado por cidades. Ou seja, ainda há muito ambiente natural para se preservar no Pampa.
“O Pampa é visto como uma vegetação menos nobre porque apresenta campos naturais, áreas que sempre foram campo, com gramíneas e outras formas de vegetação não lenhosa. Se apenas protegermos as florestas, nunca entenderemos como é a ecologia das espécies de hábito campestre”, desabafa o professor do Laboratório de Geografia processamento do Centro de Ecologia da UFRGS, Heinrich Hasenack.

Biodiversidade

As paisagens naturais do Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade.
Estimativas recentes indicam que esta região é composta de pelo menos 3.000 plantas vasculares, com 800 espécies de gramíneas e 200 de leguminosas, além de mais de 385 aves e mais de 90 mamíferos, sendo parte destas espécies chamadas endêmicas, pois só ocorrem neste ecossistema. É por isso que os campos pampeanos, na sua composição de flora e fauna, podem ser considerados tão importantes quanto uma floresta tropical, para a conservação da biodiversidade planetária.

Hidrografia

Destacam-se como rios importantes deste Bioma, o Santa Maria, o uruguai, o Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí.
Estes e outros da região se dividem em duas bacias hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que apresentam boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na região. Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas.


Fonte: www.slideshare.net

O clima

O clima da região é o subtropical úmido. O clima nos campos sulinos é caracterizado com altas temperaturas no verão, chegando a 35ºC, e o inverno é marcado com geadas e neve em algumas regiões, marcando temperaturas negativas e chove regularmente durante o ano todo.
O clima é frio e úmido. Não existe estação seca. Com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais condições climáticas favorecem o crescimento de árvores. A precipitação anual se situa em torno de 1.200 mm, com chuvas concentradas nos meses de inverno.
É a região com a maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de temperatura.

sábado, 29 de maio de 2010

O relevo

O relevo nos campos sulinos é suavemente ondulado, entre 500m e 800m de altitude. Predominam planícies, mas podem ser encontradas algumas colinas, na região conhecidas como “coxilhas”.
Além das coxilhas existem também alguns planaltos. Cavernas e grutas são comuns. A pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, tem 160 metros de altura e três cavernas em seu interior.

O solo

Os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas de florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa.
Trata-se de uma estepe úmida, com uma composição vegetal uniforme: o campo limpo é destituído de árvores e tem arbustos espalhados e dispersos em meio a um imenso tapete de gramíneas e leguminosas nativas.
Na região dos pampas o solo é fértil. Esses campos são dominados por gramíneas que variam entre 10 e 50 cm de altura e por isso, estes campos são normalmente procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas, causando a desertificação do solo.
Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra roxa", batizado assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para o Brasil trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o solo de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho. Só que quem começou a chamar de terra roxa não sabia italiano e acabou confundindo rosso com roxo por conta do som da palavra...
Em áreas de planalto os solos são também avermelhados, mas não possuem a fertilidade da terra roxa. Na planície litorânea o solo é bastante arenoso.

Rio Grande do Sul, um dos estados que possui o Pampas

Localizado no sul do Brasil, o Rio Grande do Sul é um dos mais belos estados brasileiros. Com quatro estações bem definidas e atrativas de janeiro a dezembro, a terra dos gaúchos desenvolve turismo o ano todo, sendo rica em belezas naturais, culturais e gastronomia.
Seu povo, além de extremamente hospitaleiro, ostenta um grande apreço às tradições, tornando fácil e enriquecedora a integração com a cultura local.
Formado por diversas etnias, o Rio Grande do Sul é caracterizado pela harmonia, convivência democrática e pluralidade de opiniões.
Eta povo aguerrido ! Terra de Sepé Tiaraju, Bento Gonçalves e de Érico Veríssimo, Mário Quintana e Getúlio Vargas, o Rio Grande mescla guerra e poesia - mais guerra que poesia - em sua história.
Desde os primeiros conflitos entre jesuítas espanhóis e bandeirantes paulistas, o Rio Grande viveu de arma na mão durante 300 anos.
Os jesuítas fundaram as Missões do Tape em 1626. A Terra era habitada por tribos indígenas, como a dos guaranis, minuanos, charruas, tapes, guaicanãs e outras.
Alguns desses padres viraram churrasco dos índios, mas a Companhia de Jesus acabou entregando os peles-vermelhas, aculturados e dóceis, à saga dos bandeirantes de São Paulo. Estes destruíram as missões, soltaram o gado no pasto e escravizaram milhares de índios. Pouco depois, os jesuítas espanhóis fundaram os Sete Povos das Missões Orientais, a noroeste do território. Os portugueses fundaram a colônia de Sacramento, às margens do rio da Prata e as coroas, espanhola e portuguesa continuaram brigando.
Em 1835, outra guerra: a Revolução Farroupilha, liderada por Bento Gonçalves, unindo liberais republicanos contra o governo imperial. Enquanto isso, os alemães ocupavam pacificamente o vale dos Sinos. Os italianos só vieram a partir de 1875, também em paz, plantar uvas na serra. Os gaúchos briguentos começavam duas décadas depois a mais fratricida das guerras, a Revolução Federalista, que durou de dezembro de 1893 a julho de 1895, mas deixou rescaldo por mais de 30 anos. De um lado, o Partido Republicano liderado por Júlio de Castilhos, cujos adeptos, os "chimangos", de lenço branco, queriam um presidencialismo forte, e de outro, os liberais e parlamentaristas de Silveira Martins, de lenços vermelhos, os "maragatos". Os primeiros permaneceram anos no poder, derrotados sucessivamente os maragatos, até que na Revolução de 1930, assumiu a Presidência da Republica Getúlio Dornelles Vargas, filho de políticos de um e de outro lado, hábil negociador, gaúcho pra lá de mineiro, que pacificou o Estado.
Principais características do Estado: A sigla do Estado é RS; A capital é Porto Alegre, possui uma área de 282.062 km2; os rios principais Uruguai, Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí, Pelotas, Camacuã; o horário é de Brasília, possui clima subtropical - temperatura média anual 17,5°C • chuvas maio a setembro e as principais atrações são: Porto Alegre, Aparados da Serra, litoral, lagoa dos Patos, Bento Gonçalves, Gramado, Canela, Missões e Pampas

sábado, 22 de maio de 2010

Os Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos

Esse tipo de vegetação é encontrado em dois lugares distintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas baixas) que são característicos do norte da Amazônia, Roraima, Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, enquanto os campos limpos (estepes úmidas) são típicos da região sul.
Os campos da região sul do Brasil são denominados de pampas, termo indígena que significa “região plana”, sendo aproximadamente 176 mil km², que corresponde a 63% do território do Estado do Rio Grande do Sul, e se estende também pelo território do Uruguai e a Argentina, estendem-se um total por uma área com mais de 200 mil km²,
Na verdade, os pampas são apenas um pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas. Os campos sulinos estão distribuídos ao longo de dois biomas distintos: o Pampa, que cobre mais da metade Sul do Rio Grande do Sul e se estende para o Uruguai e Argentina, e os campos ao Norte, que se caracterizam pela formação de mosaicos associados às Matas com Araucária.
Grande parte da superfície territorial do Sul do Brasil era originalmente coberta por extensas formações vegetais abertas, os chamados campos sulinos. Essas formações possuem uma identidade biológica interessante, caracterizada por uma série de espécies endêmicas, além da forte identidade cultural, associada no presente ao gaúcho e as suas tradições de criação extensiva de gado.
O Pampa é uma das regiões no mundo mais ricas em gramíneas. Apenas no Pampa do Rio Grande do Sul estima-se que ocorram cerca de 3 mil espécies vegetais. Além disso, mais de 300 espécies de animais vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) são conhecidas.
São marcados pelo clima subtropical, isto é, apresenta temperaturas amenas e chuvas regulares durante todo o ano. A vegetação é predominantemente herbácea, com alturas que variam de 10 a 50 cm. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se, para quem os avista de longe, a um imenso tapete verde.
No litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem já se apresenta diferenciada, com ambientes alagados e a vegetação é formada por espécies como o junco, gravatás e aguapés, habitat ideal para existência de uma expressiva fauna. O Banhado do Taim é um dos exemplos de grande importância em função de sua riqueza natural, notadamente de seus solos.
Nas encostas do planalto, ocorrem os chamados campos altos, área de transição com predomínio de araucárias – sendo mais conhecida como Mata dos Pinhais.
Os Campos em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação.
Apesar da diversidade e importância cultural, as formações campestres do sul do Brasil não têm recebido atenção de conservação adequada e o nível de proteção a esses ecossistemas é muito inferior ao recomendável. Atualmente, menos de 0,5% do Bioma Pampa está inserido em unidades de conservação de proteção integral.
A conversão dos campos em outros tipos de uso vem transformando profundamente sua paisagem e colocando suas espécies sob ameaça de extinção. As queimadas ilegais, praticadas anualmente, estão entre os principais problemas que afetam os Campos Sulinos.

sábado, 15 de maio de 2010

O surgimento do Pampas

O Pampa, como bioma (IBGE 2004), é a reunião de formações ecológicas que se inter-cruzam em uma formação ecopaisagística única, com intenso tráfego de matéria, energia e vida entre os campos, matas ciliares (de galeria), capões de mato e matas de encostas.
Um pesquisador chamado Lindmann em 1906 fez a seguinte pergunta: "Por que tanto campo no RS se o clima é favorável à presença de florestas?"
Os Campos são ecossistemas naturais que já existiam quando da chegada dos primeiros grupos humanos há milhares de anos, conforme revelam dados obtidos a partir da análise de vestígios arqueológicos e de pólen e partículas de carvão em sedimentos. Devido ao clima mais seco e frio, apresentava uma composição de espécies um pouco diferente da atual, mas eram ambientes de pradarias com predomínio de gramíneas. Há cerca de 4 mil
anos teve início a expansão natural das florestas a partir de refúgios,
formando em algumas regiões as florestas de galeria e em outras, maciços
florestais, indicando mudança para um clima mais úmido, semelhante ao
atual, mas a paisagem manteve-se predominantemente campestre. Portanto,
os primeiros colonizadores de origem européia encontraram nesta parte da
América do Sul paisagens campestres, abertas, bastante apropriadas para
as atividades que aqui se desenvolveram. A história econômica e cultural da
região não poderia ser dissociada dessa paisagem.
Os períodos climáticos ocorreram entre 42.000 - 10.000 a.C. Desde a era gelo, as gramíneas dominam, indicando que o clima era frio e seco. Não havia árvores.
Distúrbios causados pelo fogo e pastejo são importantes nesses ecossistemas campestres, influenciando na diversidade de espécies, e em certa medida sendo essencial para sua conservação, mas o limiar entre uso sustentável e degradação devido a esses distúrbios ainda é insuficientemente conhecido.
O fato é que os primeiros colonizadores europeus encontraram um ambiente pastoril extremamente favorável aos herbívoros aqui introduzidos: vegetação herbácea resistente aos impactos dos dois principais elementos de distúrbio manipulados pelo homem, o fogo e o pastejo de mamíferos domésticos. Estima-se que a introdução de eqüinos e bovinos nos Campos Sulinos tenha ocorrido entre 1626 e 1628, com a instalação das Missões jesuíticas ao longo do Rio Uruguai. Ao longo deste processo de 380 anos de utilização deste ecossistema pastoril, não é a presença destes dois elementos de distúrbio que têm contribuído para a possível extinção de alguns importantes elementos de sua fauna e flora, mas a intensidade e freqüência com que tem sido utilizado pelo homem.
Foi apenas em 2004 que foi reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente como um bioma. Na verdade, sua biodiversidade havia sido ignorada por quase trezentos anos. Foi a porta de entrada para o gado através da região sul. A outra foi pelo vale do São Francisco, através dos currais de gado.
Agora o Pampa sofre uma ameaça muito mais grave: a introdução da monocultura de Pinus e Eucaliptos. Mais uma vez, portanto, se propõe um tipo de desenvolvimento econômico inadequado às características de um bioma.

sábado, 8 de maio de 2010

Definição de Bioma


Antes de nos aprofundarmos no Bioma Pampas Gaúchos ou Campos Sulinos é necessário entendermos o que é um Bioma.
A denominação bioma está associada à relação estabelecida entre os conceitos de ecossistemas e paisagens.
Utiliza-se o conceito de bioma tanto no que se refere à classificação de grandes paisagens, quanto para designar unidades geográficas contínuas, ainda que sejam compostas por uma miríade de ecossistemas.

O Brasil abriga seis biomas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os biomas brasileiros são agrupados da seguinte forma:
  1. Amazônia,
  2. Mata Atlântica,
  3. Cerrado,
  4. Caatinga,
  5. Pantanal,
  6. Campos Sulinos
Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável.
Um bioma é caracterizado por um tipo principal de vegetação.
Os biomas brasileiros caracterizam-se, no geral, por uma grande diversidade de animais e vegetais (biodiversidade).






sábado, 1 de maio de 2010

Sobre o Blog

Blog criado para maiores informações a respeito dos Pampas Gauchos.

Um dos objetivos é a concientização sobre os problemas ambientais e as possiveis soluções para estes.


Aqui ser
ão encontrados diversos assuntos relacionados aos Pampas (Turismo, Fauna, Flora, etc).