sábado, 22 de maio de 2010

Os Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos

Esse tipo de vegetação é encontrado em dois lugares distintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas baixas) que são característicos do norte da Amazônia, Roraima, Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, enquanto os campos limpos (estepes úmidas) são típicos da região sul.
Os campos da região sul do Brasil são denominados de pampas, termo indígena que significa “região plana”, sendo aproximadamente 176 mil km², que corresponde a 63% do território do Estado do Rio Grande do Sul, e se estende também pelo território do Uruguai e a Argentina, estendem-se um total por uma área com mais de 200 mil km²,
Na verdade, os pampas são apenas um pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas. Os campos sulinos estão distribuídos ao longo de dois biomas distintos: o Pampa, que cobre mais da metade Sul do Rio Grande do Sul e se estende para o Uruguai e Argentina, e os campos ao Norte, que se caracterizam pela formação de mosaicos associados às Matas com Araucária.
Grande parte da superfície territorial do Sul do Brasil era originalmente coberta por extensas formações vegetais abertas, os chamados campos sulinos. Essas formações possuem uma identidade biológica interessante, caracterizada por uma série de espécies endêmicas, além da forte identidade cultural, associada no presente ao gaúcho e as suas tradições de criação extensiva de gado.
O Pampa é uma das regiões no mundo mais ricas em gramíneas. Apenas no Pampa do Rio Grande do Sul estima-se que ocorram cerca de 3 mil espécies vegetais. Além disso, mais de 300 espécies de animais vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) são conhecidas.
São marcados pelo clima subtropical, isto é, apresenta temperaturas amenas e chuvas regulares durante todo o ano. A vegetação é predominantemente herbácea, com alturas que variam de 10 a 50 cm. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se, para quem os avista de longe, a um imenso tapete verde.
No litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem já se apresenta diferenciada, com ambientes alagados e a vegetação é formada por espécies como o junco, gravatás e aguapés, habitat ideal para existência de uma expressiva fauna. O Banhado do Taim é um dos exemplos de grande importância em função de sua riqueza natural, notadamente de seus solos.
Nas encostas do planalto, ocorrem os chamados campos altos, área de transição com predomínio de araucárias – sendo mais conhecida como Mata dos Pinhais.
Os Campos em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação.
Apesar da diversidade e importância cultural, as formações campestres do sul do Brasil não têm recebido atenção de conservação adequada e o nível de proteção a esses ecossistemas é muito inferior ao recomendável. Atualmente, menos de 0,5% do Bioma Pampa está inserido em unidades de conservação de proteção integral.
A conversão dos campos em outros tipos de uso vem transformando profundamente sua paisagem e colocando suas espécies sob ameaça de extinção. As queimadas ilegais, praticadas anualmente, estão entre os principais problemas que afetam os Campos Sulinos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário